A Odisséia do SItanic

“Um navio pode ter o melhor plano de navegação com o Comandante mais
experiente do mundo, mas não chegará a lugar nenhum se não houver
marujos e subcomandantes dispostos a levantar sua bandeira”


SItanic é um grande navio cargueiro construído há poucos anos por uma renomada e experiente Construtora de mais de 40 anos e minha jornada nessa odisséia começou no ano de 2006 com mais de cinquenta marujos de primeira viagem.

Na primeira parte dessa viagem em busca do tesouro ficamos maravilhados com o “luxo” e o “glamour” que o SItanic oferecia, há quem diga que essa imagem é fruto da “primeira impressão”, no entanto prefiro acreditar que naquela época sentíamos mais segurança nos nossos subcomandantes.

O tempo passou e muitos companheiros abandonaram a jornada desembarcando em outros portos, mas mesmo assim o SItanic seguiu seu rumo, porém na segunda parte da viagem nós (os marujos) sentimos como que se tivéssemos saído da primeira classe e ido direto para a classe econômica. As instalações, ferramentas e orientações não tinham a mesma qualidade de outrora.

Certamente que reunimos alguns marujos e levamos tais problemas ao Comandante Superior e embora tenha sido muito receptivo não surtiu tanto efeito, pois os problemas continuaram a persistir e persistiu tanto que a própria Construtora do SItanic viu que era hora de substituir o Comandante.

Sobre uma cortina de fumaça, um dos subcomandantes foi promovido a Comandante e passou a assumir as “rédeas” dessa jornada. Mas para a sua infelicidade, o SItanic estava tão bagunçado que não houve tempo de fazer qualquer reforma significativa em curto prazo, e não demorou até que explodisse a primeira bomba em suas mãos.

Mesmo não tendo os poderes do lendário pirata Ruffy-sam, o novo Comandante se recuperou bem do bombardeio e aproveitou as férias para recobrar suas energias e voltou para a terceira etapa da jornada cheio de idéias e vontade de revolucionar. E deu certo, as primeiras ações do Comandante foram simplistas, porém certeiras e objetivas. Com certeza a jornada prometia alcançar vôos jamais experimentados e essa confiança estava estampada no rosto dos marujos.

Não há como negar que alguns problemas foram resolvidos pelo novo Comandante, porém algumas pedras no sapato começaram a reaparecer e a sujar novamente o convés superior. Reunimos novamente os marujos na Proa e pedimos a alguns subcomandantes que ajustassem suas rotas, alguns pedidos foram aceitos, já outros… sequer foram ouvidos.

O tempo foi passando e apesar das melhorias, em alguns pontos do trajeto ainda não sabemos ao certo pra que lado remar. Nossa maior dúvida até hoje foi tentar entender porquê um subcomandante mandou se posicionar a bombordo e seguir para o norte e em seguida veio outro subcomandante e disse exatamente o contrário. Pior do que não saber pra onde remar foi ter que remar em círculos, chegar ao final de uma etapa e descobrir que não se chegou a lugar algum é tão ruim como saber que nem se saiu do lugar.

Ainda não chegamos ao fim dessa etapa, mas já ficou bem claro que alguns subcomandantes além de não ajudar a seguir em frente, fazem força e remam para trás. Contudo, penso que o erro não está somente nas mãos desunidas dos comandantes, mas também de nós, os marujos que desistiram de lutar. Desistiram não porque foram fracos e tiveram medo, mesmo porque as tempestades foram duras demais com eles, desistiram porque uma só pessoa soprando não faz vento necessário pra movimentar um barco.

Diante dessa odisséia vejo apenas uma solução: Capitães… ajustem suas rotas, marujos… assumam seus postos, ainda há tempo de evitar o naufrágio. Somente com a união dos comandantes e um tratado de paz entre os marujos é que a jornada terá um fim glorioso. Do contrário, nossa jornada será reconhecida como a Viagem dos Sonhos, mas nossos marujos passarão toda a viagem a deriva, a mercê dos ventos do sul.

Seria doloroso ver o navio naufragar ou ter que assistir alguém andar na prancha, principalmente se esse alguém fosse eu, mas ainda tenho esperança de ver o SItanic chegar majestoso e imponente ao seu destino, e na medida do possível atracar no porto com o maior número possíveis de novos e competentes subcomandantes. Esse sonho depende somente que cada um (subcomandantes e marujos) assuma seu papel.

Nota do autor: Minha intenção com essa crônica lírica não foi puxar o saco de ninguém, muito menos criticar alguém ou alguma coisa, minha única intenção é de forma lúdica chamar a atenção para alguns pontos que na minha opinião deveriam ser levados mais sério.

Este artigo foi escrito por Júnior Gonçalves e apareceu primeiro em http://www.neuronio20.com

2 comentários em “A Odisséia do SItanic”

  1. Parabéns José pela crónica, concordo plenamente com tudo o que escrito. Espero não estar enganado, mas vejo que a união dos marujos está começando a caminhar, pelo menos é o que sinto e fico feliz com isso.O churrasco de amanhã por mais que para alguns possa parecer tempo perdido, acho que é uma forma de nos unirmos e partilharmos ideias, pois na sala de aula nao temos muitas oportunidades de conversarmos. Claro que nao pode parar por ai, essa unidade nao pode ser só para festas e sim para gestos concretos buscando melhorar nosso curso.
    Silvano Novais

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